“A causa indígena nos traz um serviço supra-evangélico de despojamento de abertura ecumênica e macro-ecumênica que nos ajuda a encontrar Jesus”. A frase, de dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito de São Félix do Araguaia (MT) foi citada pelo secretário executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Eden Magalhães, hoje, 14, na abertura do 2º Seminário Nacional de Mudanças Climáticas e Justiça Social, que acontece no Centro de Formação Vicente Cañas, que fica próximo a cidade de Luziânia (GO).
O evento, que segue até o próximo dia 16, têm a participação de 90 pessoas, entre agentes de pastoral, especialistas em clima, professores, movimentos da sociedade civil, ONG’s e entidades privadas, de diversos lugares do Brasil e do exterior. Eles debatem, à luz do texto-base da Campanha da Fraternidade 2011, as mudanças climáticas, o aquecimento global e as consequências da ação humana no favorecimento a esses efeitos climáticos.


O bispo discursou sobre a teoria dos cientistas em relação ao surgimento do mundo, o “Big Bang”, e a evolução humana ao longo de milhares de anos, destacando as faces climáticas e suas catástrofes globais, como o fim das eras glaciais.

A primeira mesa de debates ficou por conta do professor, sociólogo e membro da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong), Ivo Lesbaupin e da professora e, Marijane Lisboa. Ambos destacaram a utilização dos recursos naturais do planeta. Na pauta das discussões, entrou a geração de energia elétrica, que atualmente o Brasil utiliza a menos indicada (queima de combustíveis fósseis ou energia hidrelétrica), pois são grandes fontes de poluição, destruição da vida animal e vegetal.

Ainda segundo o pesquisador, na próxima geração (50 anos) será possível utilizar menos energia que atualmente, porque as casas terão sistemas para poupar energia. “Então para que tantas hidrelétricas sob o signo de que necessitamos mais e mais energia elétrica? Por que temos mais direitos que os indígenas, pescadores, ribeirinhos, quilombolas e tantos outros povos tradicionais que sequer têm acesso a ela? Queremos um sistema que gere vida, não um sistema que crie coisas descartáveis”, afirmou.

Ato Público
O Simpósio será encerrado com a realização de um ato público, na próxima quarta-feira, 16 de março, a partir das 14 horas. Na ocasião, estarão presentes, a ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário Nunes, o ministro da secretaria geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, um representante do Ministério do Meio Ambiente e o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Caridade, Justiça e Paz, da CNBB, dom Pedro Luiz Stringhini.
O convite para que representantes do Estado participem do ato tem como objetivo trazê-los para o debate sobre a perspectiva da construção de políticas publicas sobre mudanças climáticas. Além disso, os participantes também aprovarão uma carta-compromisso, em que se estabelecerão metas a serem cumpridas e ações concretas para combater o aquecimento global em território nacional. O ato público acontecerá no Centro Cultural de Brasília (CCB), que fica na 601 Norte, módulo B.
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