Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
A floricultura que não entrega o buquê
de flores da noiva no dia do casamento é obrigada a indenizar por danos
morais, esse foi o entendimento da 9ª Câmara Cível do Tribunal de
Justiça do Rio Grande do Sul,que mandou pagar a empresa demandada a
quantia de 30 salários mínimos, fato acontecido a uma década atrás. O
argumento afirma que: "o buquê insere-se como costume da tradição
ocidental, dentro das circunstâncias de livre escolha do culto e da
cerimônia".
Os sinais são certamente relevantes, em
especial o buquê como as flores, expressam o amor conjugal, a
consagração e a vitória de uma história que une duas vidas para sempre
no Altar de Deus. No entanto o significante não pode ter uma importância
ou maior peso que o significado. Se faltar o amor conjugal que dá
conteúdo ao consentimento motivando-o e dirigindo-o a prestar um
assentimento definitivo a um projeto de vida esponsal e familiar, falta
tudo.
Lamentavelmente estamos acostumados a
atender os detalhes e as cerimônias externas que dão brilho ao casamento
e esquecemos ou não nos ligamos aos aspectos essenciais que conformam o
sacramento do matrimônio qual sejam,o livre e consciente consentimento
mutuo de adesão ao contrato e instituição que o próprio Jesus Cristo
abençoou e instituiu, dando-lhe consistência e estabilidade permanente.
Se priorizamos aquilo que é acidental e muitas vezes espetaculoso e
emocional corremos o risco de estar celebrando casamentos teatrais e
simulados, mas que carecem da verdade sacramental que a Igreja pede, e
Deus propõe como Aliança indissolúvel.
Está na hora de resgatarmos e levarmos
mais a sério a liturgia matrimonial,recentrando-a e focalizando mais o
protagonismo dos nubentes que são os verdadeiros ministros do sacramento
e como tais devem dar o máximo destaque ao ato, que realiza para sempre
a união de suas pessoas, mostrando claramente a assembléia eclesial
constituída a intenção amorosa e vocacional que os trouxe ao Altar de
Deus.
A escolha como afirma a decisão judicial
é livre e deve ser uma opção de fé por Cristo que consagra e abençoa os
nubentes, no meio de uma comunidade eclesial que participa deste
"admirável sacramento" ao dizer de São Paulo. Deus seja louvado!
Fonte: www.cnbb.org.br
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