Antônio Carlos Alves
Conforme
relatos das vítimas, o furto de animais, incluindo bovinos, ovinos,
caprinos e suínos, tornou-se um tipo de ocorrência praticamente diário
nas propriedades rurais de Canindé. (Foto: Antônio Carlos Alves)
Os prejuízos ainda não foram contabilizados, mas os proprietários de sítios e fazendas estão assustados, pois muitos deles já foram assaltados mais de três vezes. O alvo principal das quadrilhas é a zona rural desses municípios, onde o policiamento ostensivo não está presente. As grandes distâncias entre as propriedades atacadas e as sedes dos municípios dificultam ainda mais o trabalho preventivo da Polícia nos locais.
Cercas elétricas
A situação, segundo as vítimas, "está ficando incontrolável". A reportagem constatou a instalação de cercas elétricas artesanais (gambiarras) em algumas propriedades com o objetivo de tentar se proteger dos bandidos. Em outras, os fazendeiros chegaram a contratar seguranças armados. Essa é, segundo eles, uma das saídas para intimidar os grupos de assaltantes. Em muitos casos, a ousadia dos bandidos chama a atenção até da Polícia.
Diante dos fatos, autoridades da Segurança Pública, criadores e representantes de classe reuniram-se no auditório da Prefeitura de Canindé, na última sexta-feira (22), para discutir formas de combate ao número crescente de furtos de animais no interior do município. A iniciativa do encontro foi do secretário de Desenvolvimento da Cidadania, Segurança e Transporte (Sedecist), Carlos Alberto Moreira Martins, e contou com a presença do comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar sediado em Canindé, tenente-coronel Natanael Soares, além do capitão Válber Ferreira, delegada de Polícia Civil, Gisele Martins, e o prefeito Celso Crisóstomo. Participaram do encontro cerca de 30 agropecuaristas que se dizem prejudicados.
Carlos Alberto Martins abriu a pauta fazendo uma estimativa do número de animais roubados somente este ano na zona rural de Canindé, de acordo com relatos de criadores. Em seguida, o prefeito Celso Crisóstomo destacou que o prejuízo atinge também a economia do município e manifestou seu apoio no combate a esse tipo de crime. "É mais do que necessário investigar, descobrir e punir os infratores. Estamos do lado da comunidade e queremos solução para esse grave problema", afirmou.
O tenente-coronel Natanael Soares ouviu relatos das vítimas e determinou que fosse realizado um mapeamento dos casos, visando facilitar o trabalho da Polícia Militar. Para o oficial, a cooperação da própria comunidade é fundamental no trabalho das forças policiais. "É preciso o engajamento de todos para realizarmos uma operação com status de força-tarefa contra essa onda abusiva de roubos", frisou.
A delegada Gisele Martins tem a mesma opinião e destacou que, com frequência, as vítimas de roubo de animais não cumprem seu papel de comunicar o fato à autoridade policial e registrar o Boletim de Ocorrência (B.O). "Prestar queixa na Delegacia é muito importante para o trabalho da Polícia", afirmou.
Animais
Não há estatística oficial de quantas cabeças já foram levadas, mas, conforme relatos das vítimas, o furto de animais, incluindo bovinos, ovinos, caprinos e suínos tornou-se um tipo de ocorrência praticamente diária nas propriedades rurais de Canindé. Criadores veteranos afirmam ter perdido dezenas de cabeças de gado de uma só vez.
"A partir dessas denúncias é que tivemos a ideia de nos reunir com as demais autoridades e adotar um conjunto de medidas visando reprimir esse tipo de crime. Com o que foi discutido hoje, acredito que já dispomos de melhores condições para traçar um plano conjunto e eficaz de ação", avaliou o secretário Carlos Alberto Martins.
Fonte: Diário do Nordeste
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